quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A natureza do Conhecimento

Você já parou para pensar nos tipos de conhecimento existentes?

Existem pelo menos quatro níveis de conhecimento fundamentais: empírico, científico, filosófico e teológico.

Cabe lembrar que, na academia, você utilizará somente o conhecimento científico, porém é necessário conhecer todos, para entendê-lo melhor.

Veja o que dizem os autores Cervo e Bervian (2002, p. 8-12) sobre o assunto.

§ Empírico: é o conhecimento popular (vulgar), guiado somente pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro, às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso de interação humana e social. É assistemático, está relacionado com as crenças e os valores, faz parte de antigas tradições. Como exemplo de conhecimento empírico, você já deve ter ouvido o dito popular de que tomar chá de macela, mais conhecida como marcela, cura dor de estômago, mas ela precisa ser colhida na Sexta-feira Santa, antes do sol nascer.

§ Científico: é o conhecimento real e sistemático, próximo ao exato, procurando conhecer além do fenômeno em si, as causas e leis. Por meio da classificação, comparação, aplicação dos métodos, análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal. Neste, são feitos questionamentos e procuradas explicações sobre os fatos, através de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação. Não é considerado algo pronto, acabado e definitivo, busca constantemente explicações, soluções, revisões e reavaliações de seus resultados, pois, segundo Cervo e Bervian (2002), a ciência é um processo em construção. Analisar o mesmo exemplo anterior no contexto científico, poderia, mediante o estudo, verificar a relação de causa e efeito e o princípio ativo que determina o desaparecimento do sintoma “dor de estômago”, quando da ingestão do chá de macela.

§ Filosófico: procura conhecer a realidade em seu contexto universal, sem soluções definitivas para a maioria das questões; busca constantemente o sentido da justificação e a possibilidade de interpretação a respeito do homem e de sua existência concreta. A tarefa principal da filosofia resume-se na reflexão. Cervo e Bervian (2002) apresentam alguns exemplos que deixam claro esse conceito, verifique:

- A máquina substituirá o homem?

- As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem?

- O que é valor hoje?

A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto universal. Não produz soluções definitivas para grande número de questões, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida, concretamente.

§ Teológico: é o estudo de questões referentes ao conhecimento da divindade, implicando sempre em uma atitude de fé diante de revelações de um mistério ou sobrenatural, interpretados como mensagem ou manifestação divina. Esse conhecimento está intimamente relacionado a um Deus, seja este Jesus Cristo, Buda, Maomé, um ser invisível, ou qualquer entidade entendida como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por intermédio da fé religiosa.

Exemplo disso são os conhecimentos adquiridos e praticados pelos homens tendo como base os textos da Bíblia Sagrada ou quaisquer outros livros sagrados.

Você já pode diferenciar os diversos tipos de conhecimento, mas vale a pena apresentarmos algumas contribuições de outros autores. Oliveira (2003) contribui, ainda, sobre o assunto, sintetizando os tipos de conhecimento, conforme Quadro:

Vulgar Científico Filosófico Religioso

Valorativo real valorativo valorativo

Reflexivo contingente racional inspiracional

Falível falível infalível infalível

Assistemático sistemático sistemático sistemático

Verificável verificável não-verificável não-verificável

Inexato exato exato exato

Quadro: As várias formas de conhecimento

Fonte: Oliveira (2003, p. 37).

A seguir, procuramos sintetizar o quadro apresentado por Oliveira (2003, p. 37-41), somado às contribuições de Galliano (1986, p. 18-20), sobre as formas de conhecimento:

§ Conhecimento vulgar ou popular: é utilizado por meio do senso comum, geralmente passado de geração em geração, disseminado pela cultura baseada na imitação e experiência pessoal; é empregado pela experiência pessoal do dia-a-dia, sem crítica.

§ Conhecimento filosófico: não é passível de observações sensoriais, utiliza o método racional, no qual prevalece o método dedutivo antecedendo a experiência; não exige comparação experimental, mas coerência lógica, a fim de procurar conclusões sobre o universo e as indagações do espírito humano.

§ Conhecimento religioso ou teológico: é incontestável em suas verdades, por tratar de revelações divinas; não é colocado à prova e nem pode ser verificado.

§ Conhecimento científico: por meio da ciência, busca um conhecimento sistematizado dos fenômenos, obtido segundo determinado método, que aponta a verdade dos fatos experimentados e sua aplicação prática.

O conhecimento científico pode ser: contingente (hipóteses traduzem resultado através da experimentação); sistemático (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de idéias); verificável (afirmações podem ser comprovadas); falível (novas proposições podem mudar as teorias existentes); real (lida com o real, conforme ocorrência dos fatos) isso é o que enfatiza Oliveira (2003, p. 39-40).

Bibliografia:

MATTAR, João, Metodologia do Trabalho Científico: documento de apostila on line. São Paulo: UVB, 2004. Disponível em:. Acesso em: 07 fev. 2011.

Apresentação em Power Point - A natureza do Conhecimento


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